. Porta .
by Os dias do meio
No muro da auto-estrada que aponta para sul, há uma porta.
Passo pelo muro na estrada e vejo a porta fechada que separa o outro lado, onde crescem coisas.
Lembro-me de um livro que guardo entre livros, onde um homem vive numa cidade por cima do chão.
No chão que ele pisa a caminho do trabalho, nascem casas e pontes. Ninguém sabe o que está por baixo.
Ao homem que vive na cidade por cima do chão, não lhe chega a vida que tem.
Quando tudo parece acabar, ele usa uma faca e risca numa parede uma porta.
Três riscos e ela aparece. Ele atravessa-a. E não olha para trás.
Quero ser um homem melhor.
Sigo o coração sem vergonha.
Tomo decisões.
Sou um querido feroz.
Faço uma porta, mas não tem que acontecer nada.
Com a mesma mão atravesso-a.
Com a mesma mão acerto o passo.
Choro na auto-estrada.
A porta está aberta.
Te escribo en castellano porque muy bien te expresas en lengua de Cervantes. Tengo que decirte, que tus textos son excelentes! Nunca imaginé que aquél talentoso y jovencísimo actor que una vez conocí, tuviese un mundo interior tan extraordináriamente rico. Prometo pasar a leerte, más detenidamente. Un abrazo!
tenchy
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