. My home is the sea .
by Os dias do meio
Vi os meus pés enterrados na mesma areia que os teus.
Vi gente a correr em palco, atrás de uma borboleta que não estava lá – alguém olhava para trás, à procura daquilo que já não é.
Vi um bebé cair na água sem se afogar porque aprendeu a boiar.
Vi um rapaz de 9 anos empurrar um carrinho de bonecas e entrar apressado no prédio, tentando esconder de mim o xixi que não conseguia conter e lhe saía através da ganga das calças.
Vi as costas musculosas de um homem de pele muito branca – pronto para morrer um dia.
Ouvi-me cantar na praia sem medo.
Senti o calor de um raio a bater-me na cara.
Acordei de um sonho que metia um copo leite, duas cobras azuis e um segredo.
Vi o meu pai morrer em casa, como devia ser sempre.
Vi o meu coração querer voltar ao mar, onde pertence.
. Nascer e morrer em casa .
. Voltar ao mar em cinzas sem morrer afogado .
. (My home is the sea, my home is the sea) .
. forte . frágil . à vez .
8 de maio 2013
“My Home is the Sea” fez-me sorrir, mas também me deu um nó na garganta.
My home is the sea too…
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